segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Início

Blog criado para fins acadêmicos pelos alunos do curso de Design Digital da Universidade Anhembi Morumbi, para o projeto Interdisciplinar de Design e Animação.

Interdisciplinar: Design e Animação
Tema: Design e Mobilidade: Fotografia
Subtema: Mario Cravo Neto
Alunos: Bruno Gama, Fabio Mori, Karen Ponce, Luiz Guilherme Dubiela e Nara Yoko

Mario Cravo Neto foi um fotógrafo baiano nascido em 1947, em Salvador (BA). Criado no Rio Vermelho, o estúdio de seu pai, Mario Cravo, escultor, era rodeado de gente vinda de todos os cantos, turistas, passantes, etc. Dessa forma, sua família era conduzida principalmente pela sua mãe.

Teve uma infância tranquila e sempre soube que seu caminho eram as artes. Desde cedo frequentava constantemente o estúdio de seu pai e brincava com todas as ferramentas. No ano de 1964, seu pai, junto com outros artistas, foi convidado para residir em Berlim devido a um projeto relacionado às artes iniciado pelo Senado alemão. Este período foi muito importante para sua formação interior, visto que a Alemanha estava passando pelo seu processo de separação ao final da Segunda Grande Guerra.

Em 1968, Cravo Neto foi passar um período em Nova York onde estudou na Art Student League, sob a coordenação do precursor da arte conceitual na cidade, o artista plástico Jack Krueger. Manteve-se por dois anos num estúdio no bairro do Soho, trabalhando com fotografia e escultura, realizou a série de fotografias em cores On the Subway e produziu suas primeiras esculturas de acrílico. Autodidata, Mario chegou a fazer uso de várias substâncias ilícitas com o interesse em descobrir como o efeito alucinógeno refletiria em suas fotografias.

A volta ao Brasil veio seguida de um acidente de carro que o deixou de cama por aproximadamente um ano, impedindo a continuação de suas pesquisas sobre escultura, período no qual Mario Cravo se aprofundou na fotografia como ofício principal. É fácil notar que seu conhecimento sobre escultura foi muito útil na aplicação de seu talento para a fotografia, ajudando-o a construir um estilo original, revolucionário e artesanal.

Seu trabalho baseava-se, principalmente, na cultura afro-brasileira, nas religiões vindas da África e na miscigenação dos dois povos. O candomblé tem uma forte influência em sua vida, já que acreditava que “o aspecto religioso é sempre um reflexo da sua estrutura, do seu arquétipo, da sua forma de ser” (CRAVO NETO, Mario, 2006)

Mario morreu no dia nove de agosto deste ano e a nossa preferência por esse fotógrafo se deu pelo interesse em prestar uma homenagem a um homem que conseguia captar as raízes culturais de nosso povo de uma forma única e incrivelmente tocante.